sexta-feira, julho 09, 2021

 QUEM ESTÁ VENDENDO BANCO DE DADOS PESSOAIS E SIGILOSOS DE APOSENTADOS A TELE-MARKETINGS?

Toca o telefone e eu atendo:
“Queria falar com Nina Maria.”
“Quem quer falar?”
“Aqui é a Fulana de Tal (ninguém chama Fulana de Tal, vocês sabem. Elas sempre dizem o nome que, imagino, seja o real), do Banco Santander” Algumas se identificam como sendo do Banco BMG ou outro banco qualquer. Mas esses dois bancos são os mais cotados.
“Você está ligando para ela porque quer falar sobre empréstimo consignado para aposentado, sobre portabilidade de empréstimos consignados, ou, talvez, de cartão de crédito para aposentados. Aqui é o marido dela e já vou adiantando: não há nenhum interesse sobre nada disso. Portanto, para você não perder seu tempo, e eu não perder o meu, vamos dar por encerrada a ligação.”
“Mas ela não pode atender?”
“Não! Está ocupada e eu já estou adiantando o que ela diria a você.”
“Mas ela não responde por ela mesma?”
A temperatura sobe para perto de 48°C. Já bufando:
“Escute, ó Fulana de Tal. Nós somos casados há 51 anos, em comunhão universal de bens, nos conhecemos bem e muito. Podemos perfeitamente responder um pelo outro. E vamos encerrar por aqui!”
“Muito estranho! Eu ligo outra hora.”
Gentes, o telefone e o celular tocam perto de dez vezes ao dia. Muitas vezes, a gente atende e o telefone, do outro lado, fica mudo. Ou cai a ligação. Isso quando não fica tocando uma musiquinha, Outras vezes, quando estou com bem menos paciência e começo a bronquear de cara, já desligam. Só evito mandar para a pqp porque, coitadas!, estão trabalhando e não é culpa delas. Além disso, mamãe me ensinou que não se deve mandar ninguém à pqp (não contem a ela, mas mentalmente, eu mando!).
Mas, aí, em me pergunto: quem é que fornece nomes, telefones, banco em que é creditada a aposentadoria, dados pessoais dos aposentados, a essa gentarada toda? Isso tudo não consta da lista telefônica. Mesmo porque, hoje em dia, não existe mais lista telefônica. Mas, em algum lugar, alguém fornece os dados que, obrigatoriamente, tivemos de fornecer. E onde fica o sigilo? Será que não tem funcionário do INSS, com acesso a esse banco de dados que estaria repassando tudo isso a terceiros? Será que não tem alguém, por aí, incorrendo em algum tipo de crime por fornecer dados que deveriam ser sigilosos e faltando com a nossa confiança? E recebendo dinheiro em troca?
De vez em quando vemos, por aí, notícias de que alguma medida será tomada. Com apoio até, pasmem, da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos). Mas fica tudo na mesma.
Bem, é só uma curiosidade minha, quem é que está fornecendo nossos dados?
Preciso parar de escrever. O telefone está tocando e, desta vez, eu mando prá... Não! Mamãe não me deixa falar para onde tenho vontade de mandar essas filhas das... Deixa prá lá!

In: Facebook, 07/09/2020

- - - - -

Pessoal, minha amiga Magui Bizzotto, lá de Guarapari/ES, disse que riu muito de minha última postagem "O AMOR DE LONGA DATA E O AMOR IMPOSSÍVEL" Pois é! Riu tanto que até fez um link numa postagem dela, diretamente ligado a essa postagem. Aliás, a Magui é uma das heroinas que não deixam morrer a arte de ter um blogue ativo e que vale a pena ser lido. São muitos anos postando suas mensagens com muita regularidade. Vale a pena acompanhar. O endereço:

                 https://somagui.blogspot.com/

sábado, junho 19, 2021

 O AMOR DE LONGA DATA E O AMOR IMPOSSÍVEL

Num domingo de uma manhã em que estávamos no sítio, bem cedo, acordo com meus pais em uma de suas costumeiras discussões. Com a idade, os dois ficaram ranzinzas e conseguiam discutir por coisas sem nenhuma relevância. Ficavam bravos mas, dali a pouco, lá estavam os dois juntos assistindo TV, de mãos dadas.
Agora, discutirem às seis horas da madrugada, num domingo, já era demais!
Levantei-me e fui verificar. Não é que os dois ainda dormiam em seu quarto, embora a discussão continuasse do lado de fora da casa? Aí descobri que era uma gracinha do Jô. Aprendera a imitar as pendengas dos dois donos e ficava dando seu espetáculo. Sei que vocês ficaram curiosos e querem saber: quem era o Jô? Vamos lá.
Como eu já havia contado em história anterior, tivemos no sítio uma arara vermelha que botava ovos, mas não conseguia filhotes. É que não havia um araro na história. Pois foi aí que meu pai resolveu procurar um araro macho.
Desculpem-me por usar o termo araro, mas, se político pode fazer com que palavras invariáveis variem para definir seu alto cargo na república, vejo-me no direito de também fazer a variação e chamar a arara de sexo masculino de araro.
Bom, isto aconteceu há mais de trinta anos e não sei se meu pai comprou ou se ganhou o araro, um lindo araro azul e amarelo que ganhou o nome de Jô. E ninguém sabia o estado civil dele. Se era solteiro, casado, viúvo, "tico-tico no fubá", ou sei lá o quê. Mas, macho é macho e deixa prá lá.
O Jô, como a arara, ficava solto. Tinha seu lugar de dormir, onde também lhe era colocada a comida, mas passava o dia circulando pelas árvores próximas à casa. A arara também vivia solta, mas, ao contrário do araro, preferia ficar correndo atrás das mulheres para bicar seus calcanhares. Tanto que, uma vez, sai correndo ao ouvir uns berros : "Tirem essa águia daqui!". Era minha irmã, refugiada em cima de uma mesa, enquanto a arara, dançando pelo chão e em altos brados, parecia dizer: "Vem que quero morder seu pé!". Cena inesquecível mas voltemos ao assunto principal: a união do araro com a arara.
Surgiu um problema. E esse problema se resumia em o Jô não chegar perto da Arara. Sim, com letra maiúscula. Porque Arara era o nome da arara. Pode não ser muito original mas era esse o nome dela: Arara.
Como não acontecia o, digamos assim, casamento, procurei saber o que ocorria. E apareceram várias teorias. Mas, as principais eram as seguintes.
A primeira teoria dizia que araras diferentes não cruzavam. E a Arara era uma arara vermelha e o Jô um araro azul e amarelo. Uma boa teoria!
A segunda teoria dizia que as araras eram monogâmicas e, quando viúvas (ou viúvos) ou divorciadas (divorciados), não casavam nunca mais. Não entendi se por arrependimento ou por convicção. Como os dois chegaram adultos e não conhecíamos suas vidas pregressas, talvez um dos dois (ou ambos) fosse viúvo. Ou divorciado. Outra teoria bastante interessante!
Enfim, fosse qual fosse a razão, um não se aproximava do outro. E, assim, não aconteciam os ararinhos e as ararinhas.
Teorias essas que, um dia, caíram por terra ao surgir, e se confirmar, uma terceira e inimaginável teoria.
Vejam o que aconteceu: o Jô botou um ovo! Foi aí que percebemos: o Jô não era Jô. O Jô era Já!
E tenho dito!
Na foto, o início do namoro de meus pais, em 1935, em São Carlos/SP.

sexta-feira, novembro 20, 2020

 

ELEIÇÕES

Gentes, existem coisas que não consigo entender. 

Estava vendo os resultados das eleições para vereador, em um município aqui próximo. Mera curiosidade pois não tenho nenhum interesse lá. 

Uma candidata obteve 4 votos. Imagino que tenha sido o dela, o do marido e dos pais. Só pode! 

Outros só têm três votos. Imagino que o próprio e os dos pais, Devem ter brigado com os respectivos cônjuges. 

Dois votos? O próprio e o do cônjuge. 

Agora, um só voto! Brigou com o marido, com os pais, e com o mundo. Tem que ser isso. 

Mas o candidato não ter obtido nenhum voto? Tá lascado! Além de a mãe não confiar nele, ele também não confia em si próprio. Ou será que morreu?

De qualquer forma, essas eleições me trouxeram lembranças da época em que eu era convocado para trabalhar de mesário. 

Isso foi ali pelos anos 60 ou início dos anos 70. Ainda não existia a votação eletrônica. As pessoas depositavam seus votos em uma urna de lona. 

7 horas e quarenta e cinco minutos da manhã. Todos os mesários em seus postos e devidamente instruídos, aguardando o horário de começar a votação. E é aí que aparece o primeiro eleitor, apressado e querendo apressar os trabalhos da mesa.

-Já posso votar?

O presidente da sessão olha para ele e para os demais mesários, todos com cara de "lá se vai meu feriado", e comenta: 

-Que encrenca! Tinha que faltar um. Acho que o jeito é pegarmos o primeiro que aparecer para votar e completar o quadro. 

Todos olham para o eleitor, que agora está com cara de assustado. 

-É! Não tem como! É esperar dar as oito horas e a gente convoca o primeiro da fila. 

O eleitor sumiu. 

Ali por umas oito e quinze, depois que algumas pessoas já haviam votado, ele aparece. Vota e some, possivelmente já para pegar a família em casa e baixar para Santos. Aproveitar o dia para uma praia. 

Maldade? Sei lá! Mas que foi divertido, foi.

Abração a todos,                                                                                                                                 JF

 

quarta-feira, março 07, 2018

CARAVANA DA ALEGRIA A BRASÍLIA

Julho de 1961. Férias escolares. Brasília inaugurada havia um ano. E lá foi a família Amélio Vannucchi conhecer a nova capital, meu pai dirigindo seu Chevrolet Bel-Air 1954. Passando por Campinas, meu tio Alídio e alguns familiares, com seu Reanult Dauphine novinho, juntou-se ao nosso grupo. Em Uberaba/MG, a caravana seria aumentada com o acréscimo da Kombi do Sílvio Mendonça e família. Meu pai nunca foi o que se possa chamar de um bom motorista e, na chegada a Uberaba, o carro apresentava uma luz vermelha no painel que ninguém sabia porque estava acesa. Mas era bem simples: falta de óleo. Quase meu pai consegue fundir o motor do carro e encerrar a viagem sem chwegar lá. Dia seguinte, logo cedo, segunda fase da viagem: Uberaba a Anápolis/GO, quase sem incidentes. O quase foi porque o elevador do hotel (único elevador da cidade, naquela época) chacoalhava tanto para os lados que parecia estar apenas pendurado pelo cabo de aço. E, terceiro dia, chegada a Brasília. O bando desvairado rodando por tudo que era lado, ainda muita coisa por ser terminada, fomos dar no prédio da Câmara dos Deputados. Bom, não tinha ninguém na porta cobrando ingresso ou barrando a entrada e nós "fomos nos chegando”. Até dar de cara com o plenário absolutamente vazio, onde nos espalhamos. Um dos filhos do Sílvio sentou-se na cadeira do presidente e a irmã preparava-se para tirar a foto quando entrou alguém: o deputado mineiro José Bonifácio Lafayette de Andrada. O deputado não gostou nada do que viu e, de imediato, determinou que a foto não fosse feita. E, aí, quis saber o que todo mundo estava fazendo lá dentro. Explicações dadas, ele viu que não se tratava de nenhum grupo perigoso, mas apenas um bando de turistas extasiados com a nova cidade e perdido dentro do Congresso. A partir daí, com toda simpatia e boa vontade característica do povo mineiro, o deputado Zezinho Andrada, anos depois eleito presidente da Câmara dos Deputados, passou a fazer o papel de nosso guia e nos levou a conhecer todo o prédio da Câmara. Uma beleza! 

A foto, na qual não apareço por ser o fotógrafo, foi feita na então iniciada Catedral de Brasília, que só seria inaugurada em 1967. No lado esquerdo, na ponta, minha irmã Maria José, poucos dias antes de completar 13 anos, e ao seu lado tia Maria, esposa do tio Alídio (que não está na foto – acho que foi procurar um banheiro, sei lá!) e uma irmã de tia Maria. Na ponta do lado direito, minha mãe Amélia. Da direita para a esquerda, a terceira é minha irmã Maria Amélia, com 17 anos. De camisa e óculos escuros o Sr. Sílvio. Ao lado dele, meu pai Amélio. No fundo, o mais alto, o filho do Sr. Sílvio que teve o gostinho de sentar na cadeira do presidente da Câmara. Foi só dessa vez, pois ele resolveu não se dedicar à carreira política.

                            -          -          -          -          -          -          -
E foi assim! Abração a todos e até à próxima.
JF

domingo, fevereiro 25, 2018

O MONUMENTAL VEXAME

Adicionar legenda
Era o final de ano de 1949 ou 1950. A rua era a 21 de Abril, bairro do Brás, São Paulo em época que as crianças podiam brincar na rua. Era a rua onde morávamos. E lá estava eu dando minhas primeiras pedaladas na bicicleta novinha, sem nenhum adulto ao lado para me segurar, e veio o tombo. Pois não é que tinha um adulto já devidamente posicionado (no caso, meu próprio pai), com sua máquina fotográfica Kodak modelo “caixão”, pronto para fazer o instantâneo flagrante e me colocar no campo do ridículo perante as futuras gerações? Fui motivo de muita gozação de parte dos meus filhos. Hoje, são as netas que olham a foto e nem se preocupam em disfarçar. Riem na minha cara, mesmo! Um dia, lá no século 22, sei que meus tetra ou penta-netos irão olhar a foto, acharão muito engraçado e irão rir muito do

 tombo do penta-avô Zeca. Se é que, daqui a cem anos as pessoas saberão o que é (ou o que era) uma bicicleta. Talvez até pensem, vendo a foto, que se trata de algum instrumento musical antigo, ou um liquidificador, ou uma máquina de tortura, ou sei lá o quê. É por isso que os pais devem tomar muito cuidado com as fotos dos filhos. Onde já se viu fotografar tamanho  desastre? Eu nunca me esqueci desse fato, sem necessidade de uma foto para me manter conscientizado. E sei que, para sempre, terei presente na cabeça a famosa frase “o primeiro tombo de bicicleta a gente nunca esquece”. Que vexame!                                                                                                                                                                                                           -      x      -      x      -      x      -      x      -                                                                                                                               É isso aí, amigos.                                                                                                                                                                             Grande abraço a todos e até à próxima                                       JF                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

segunda-feira, dezembro 25, 2017

NATAL

BOAS FESTAS

A todos os amigos e familiares, nossos (meus e da Nina) votos de feliz Natal e um 2018 com muita paz, saúde, tranquilidade, realizações, felicidades.

PRESENTES DE NATAL

Ganhei de um amigo uma garrafa de pinga com o emblema do "XV de Piracicaba". Nem preciso informar que o amigo é piracicabano, não é? Pois é!

"-XV de Piracicaba? Mas você é sãopaulino!"

Sou mesmo! E passei dois terços do ano de 2017 preocupadíssimo com a ameaça de queda paraa segunda divisão do campeonato brasileiro. Mas tenho muito respeito pelo tradicional XV, time já com mais de 100 anos de existência, que chegou a ser vice-campeão no campeonato paulista, além de vários títulos de campeão em alguns campeonatos menos badalados. E é isso.

Segundo o provérbio, "a cavalo dado não se olham os dentes". Pois eu digo o seguinte: "a cachaça dada, não se olha o time".


Isso aí.

Abração a todos, boas festas (mais uma vez), e até à próxima.

quinta-feira, dezembro 14, 2017

CASAMENTO OU PROCESSO JUDICIAL!

Logo no começo do namoro, Nina me disse que queria aprender datilografia.
Hoje em dia, a mocidade não sabe o que é datilografia. Não sabem nem o que é uma máquina de escrever. É o sinal dos tempos! Está tudo mudado. Minha filha colocou um LP (long playing) para tocar em uma velha vitrola. Minha neta nunca tinha visto aquilo. Quando meu genro chegou do trabalho, entusiasmadíssima ela já foi anunciando:

“Pai, que maravilha! Esse cedezão toca dos dois lados!”

Voltemos à datilografia. Levei para a Nina uma máquina de escrever e um método para aprender datilografia. Num instante ela pegou o jeitão da coisa. Logo mais, passei para ela uns trabalhos extras que eu tinha. Sei que alguns dos leitores irão dizer que meus planos eram a diminuição de custos com o aproveitamento de mão de obra barata. Ou gratuita. Vocês percebem logo as coisas, hein? E, assim, passaram-se meses, anos, e eu nunca repassei o dinheiro que eu ganhava para ela. Bom, eu não pagava nada a ela, mas eram economias para o nosso casamento.

Entenderam? Mas ela não! É que o casamento estava demorando demais. Aí ela apelou para a ignorância:

“Eu processo você! Quero meus direitos! Salários, 13º, FGTS, etc. Onde já se viu trabalhar em regime de escravidão? Quero registro em carteira!”

Mas ela ofereceu uma alternativa de acordo:

“Ou então, case comigo imediatamente!”

Gentes, já pensaram? Quase cinco anos de salários, horas extras, férias, 13º salário, registro em carteira, recolhimento de previdência social e FGTS desse período todo? E ela ameaçou até pedir adicional de periculosidade. Só porque as unhas, às vezes, enganchavam nas teclas e o esmalte ia para o brejo.

Não tive escolha. Vamos ao casamento! Mas não deixei barato.

No dia do casamento, ela chegou à igreja em um baita carrão. Mas, na hora de descer do carro, o aviso:

“Espere! O noivo ainda não chegou!” E lá ficou ela, dentro do carro. Diz que estava calma. Sei, não!

Depois de quase meia-hora, cheguei à igreja (hehehehehehehehe!!!). Me esgueirando rente às paredes entrei, não sem antes notar um grande ajuntamento de pessoas ao redor do carro, alvoroço total, quase todos tentando acalmá-la:

“Fique tranquila! Ele vai aparecer!”

Até percebi um advogado passando o cartão para ela e já sugerindo uma ação para conseguir indenização por danos morais.

Bom, como eu havia chegado, o casamento já poderia acontecer.

Não! Onde estão os pais do noivo? Ainda não haviam chegado. Foram mais dez minutos. O padre estava impaciente. A cada pouco olhava seu relógio. O Corinthians jogava às 21,30 horas e ele não queria perder o jogo.

Finalmente, chegaram meus pais. 

“Todo mundo pro altar!”

O padre, apressado, foi o primeiro. Aí em berrei:

“Para tudo! Onde estão meus padrinhos?” Ainda não haviam chegado. Mais dez minutos!

Finalmente, tendo surgido lá na porta da igreja, os padrinhos vieram correndo pelo corredor central até o altar, na maior briga do mundo, um acusando o outro pelo atraso.

E o casamento, enfim, pode realizar-se. Os noivos saíram da igreja felizes para sempre, os padrinhos se acalmaram e fizeram as pazes, os convidados foram para a festa. E o padre pode, tranquilamente, ir ver o seu jogo.

É isso aí.
            -         -         -         -
Gentes, brincadeiras à parte, hoje estamos comemorando 53 anos que iniciamos nosso namoro, lá no longínquo 14 de dezembro de 1964. Veio o casamento, vieram os filhos, genro, nora, vieram as netas. Nesse tempo todo, os cabelos embranqueceram, mas ela continuou a mesma: alegre, carinhosa, companheira... Minha eterna namorada. Logo mais, à noite, sairemos para jantar e, assim, iniciarmos mais um período de 53 anos muito felizes.

Só uma pena: aqui em Vinhedo não existe nenhum restaurante dançante à moda antiga, onde se podia dançar de rostos colados. Esses modernos não entendem de nada!

            -          -          -          -

12 ANOS DE BLOGUE

Gentes, no último dia cinco, este blogue completou 12 anos de existência. Com altos e baixos. Às vezes com várias postagens no mês, outras com poucas. Tivemos, até, um período de dois anos sem postagens. Mas estamos de volta. Mesmo que seja aos trancos e barrancos.

Abração a todos e até à próxima, 

JF





domingo, novembro 05, 2017

O GATO E O LOUVA-A-DEUS - Diálogo

Cliquem nas fotos para ampliá-las.


Pipoca (o meu gato):  "Oi, louva-a-deus bonitinho! Voce não quer vir aqui dentro brincar comigo?"

Louva-a-deus: "Cê pensa que eu sou besta? Prefiro ficar aqui na chuva."

Moral da história: cada um na sua.





É isso aí, pessoal.

Abração a todos e até à próxima.

JF

quarta-feira, outubro 18, 2017

OS SAGUIS

Pessoal. Hoje vou fazer uma postagem com fotos de animais, Todas feitas por mim, lá no sítio. Basicamente, sobre os saguis.


Não lembro de ter visto saguis no sítio, ali pelos anos iniciais de 1970. Depois, entretanto,  foram aparecendo, aparecendo, cada vez em maiores quantidades. Sempre em grupos. Correndo pelos fios de energia e telefone, Atravessando estrada, pulando de árvore em árvore.

Curiosos, vinham espiar, pela janela do escritório o que eu e Nina estávamos fazendo.

Quando nos mudamos para o sítio, em 2007, nosso cão beagle, o Eddie Wood (Ed, para os íntimos), ficou completamente louco ao ver aqueles bichos estranhos pulando de árvore em árvore. Não é para menos. Ele nem sabia que poderia haver tanto espaço no mundo e nem tanto extraterrestre, depois de viver seus primeiros
verdes anos confinado em um apartamento no Centro de São Paulo. Os saguis estavam no alto de algum abacateiro. O Ed latia para eles com a força máxima de seus pulmões. Parecia o Pavarotti ensaiando alguma ária. Como os saguis não gostavam da música, jogavam abacates no Ed. E se havia coisa que ele não recusava era. justamente, comida. E foi assim que começou a comer abacates. E não precisava de esforço de subir em árvore, Era só ver sagui em algum abacateiro e lá ia ele se esguelar... e comer abacates. Depois, ficava com um barrigão que só mesmo sendo carregado. Ou, pelo menos, isso era uma boa desculpa para passear no colo de minhas netas (foto de 2010).

Mas, continuemos com os saguis.

Certa vez, apareceu um sagui completamente branco: um albino. A primeira vez que o vimos, foi quando caiu no chão, na tentativa de pular de uma árvore para outra. Acredito que tivesse a visão muito fraca, talvez sem noção de profundidade. Outros saguis do bando desceram e ficaram olhando para nós, guinchando ameaçadores, até que o braquelo conseguiu subir em outra árvore e todos se foram.



Durante algum tempo ainda o vimos. Como nessa ocasião em que consegui fotografá-lo na tangerineira. Depois... sumiu. Só torço para que não tenha sido capturado por alguém, pois devia valer um bom dinheiro no mercado clandestino (absolutamente condenável!) de animais.

Uns quatro ou cinco anos depois, apareceu outro, não completamente branco mas esbranquiçado


e, também, notadamente com dificuldades de visão. Tanto que deixou que eu ficasse a um metro dele para poder fotografá-lo. Dessa vez, foi no pé de cabeludinha. Uma frutinha que os saguis, assim como os caxingueles, gostam muito. Cheguei a vê-lo umas três ou quatro vezes, por ali, até que desapareceu.

Gentes, a natureza é linda. Esses bichinhos precisam ser protegidos. Fazem parte de nosso planeta tanto quanto nós, seres humanos.

                                 _     _     _     _     _     _     _     _     _

NOVO BLOGUE NO AR

Pois é, gentes. Vocês lembram do "Blogue do Ed", meu cachorro beagle?    

          http://edbeagle.blogspot.com.br/

Era um blogue em que ele contava suas histórias. Ele ditava e eu digitava (vocês sabem que cachorros, apesar de espertos, não conseguem digitar). O blogue não foi apagado quando o Ed passou para o lado de lá (deve estar deixando São Pedro totalmente louco! Aguentar aquele cachorro não era nada fácil. rsrsrsrsrs). Bom, fui falar disso para os meus gatos e eles também quiseram ter seu próprio blogue. E, assim, já está no ar o blogue "Gataria do JF", onde a Mimi, o Pipoca e o Shin irão contar suas histórias. Mas, como gato também é incapaz de digitar, eles irão narrando e eu irei digitando (Sempre eu!!!). O endereço:

         https://gatariadojf.blogspot.com.br/

                                 _     _     _     _     _     _     _     _     _

É isso, turma! Abração para voces todos e até à próxima.

JF

quarta-feira, maio 17, 2017

RECEITA PARA UM CASAMENTO ETERNO

A propósito da mensagem postada por ela, ontem, no Facebook, comemorando nossos 48 anos de casamento, embora eu já tenha postado isto, e repetindo postagens antigas na lista de discussão NESO e no meu blogue, aí vai, de novo:
RECEITA PARA UM CASAMENTO ETERNO
Sugeriram-me que escrevesse um livro ensinando a receita para o sucesso no casamento. Disseram-me que ganharia muito dinheiro com isso. Como não sou mercantilista, mesquinho, e nem nada dessas coisas, vai aí a receita, gratuitamente, para meus "milhões" de seguidores.
1-Certesa do par perfeito
Antes de namorar a Nina, namorei uma amiga dela por quatro meses. Ou melhor: um período de uns 30 dias, dois meses e meio sem um olhar na cara do outro, 15 dias de "volta". A Nina fazia o papel da "intermediária confidente", que tentava arrumar a situação entre os dois (será que a malandrona tentava mesmo?). Até que poderia dar certo, pois nós éramos iguais: os dois capricornianos! Mas, era a única coisa que combinava. Se tivéssemos prosseguido, hoje, um estaria na cadeia e o outro no cemitério. Não sei bem quem estaria em um ou outro lugar.
Com a Nina, não! Somos totalmente diferentes um do outro. Eu, como todos sabem, sou introspectivo, caladão. Já, a Nina é totalmente expansiva, muito falante. E isso é uma certesa de que o casamento dará certo. Vejam bem: a característica do introspectivo (eu) é não falar, só ouvir. Já o extrovertido (ela): não ouve, só fala. É isso! Fica impossível uma briga, quando um só fala e o outro só ouve!
2-Casamento na Hora Certa
As pessoas devem perceber o exato momento de se casarem. Se o casamento acontecer em momento errado, estará fadado ao insucesso.
Na primeira vez que eu fui à casa da Nina, convidaram-me para lanchar. Eu, lá, afundado em uma cadeira, sendo atentamente observado e devidamente avaliado pelo avo dela, pelos pais dela, pelos 37 primos dela, pelos 28 tios dela. Meu cunhado, como era meu amigo e não queria morrer de rir, sumiu e não lanchou em casa. Bom, com toda aquela gente olhando para a minha cara e sorrindo, querendo mostrar benevolência, a mãe dela me pergunta:
"Gosta de chá?"
Suspense! Eu, lá em baixo, afundado na cadeira. A platéia sem respirar, esperava que eu, afinal, falasse alguma coisa e eles pudessem perceber minha vpz. A sogrona, lá no alto, com um baita bule fumegante na mão, uns 30 cm acima da minha cabeça. Já pensou? Eu vou falar que não gosto? Qualquer descuido meu e ela vira aquele bule de chá fervente prá cima de mim. Não na cabeça, mas um pouco na frente, para que caia exatamente "lá", deixando-me "desprovido" para sempre.
"Com bastante açucar, por favor!"
Toda a assistência sorriu satisfeita. “Ele fala!” Eu fora aprovado! Resignado, tomei três xícaras cheinhas de chá. Com bastante açucar, diga-se de passagem!
Foi minha condenação! Durante todo tempo de namoro e noivado, todo sábado, domingo e feriado, e às vezes quando eu ia lá durante a semana, invariavelmente, lá vinha o indefectível chá! Namorado (e noivo) sofre!
Depois de quatro anos e meio, um dia o pai dela me aparece na frente com um calhamaço de folhas de papel.
"Sabe o que é isso?"
"A folha corrida criminal do Fernandinho Beira-Mar?" Tentei fazer uma piada, mas ele não riu.
"Não! É a conta dos lanches que você já tomou aqui em casa. Casa ou paga."
Nem olhei os detalhes. "Casa ou paga"? Fui direto ao total. Barbaridade! Só não fiquei certo foi quanto à quantidade de lanches. Bem que ele poderia ter lançado alguns a mais. De qualquer forma, lembrei de minha velha e sábia avó italiana e seus "ditados". Numa situação dessas, ela costumava, sempre, dizer o seguinte
"Dé lus mális, u minori!"
Entenderam? Pois é! Fui para o mal menor. Ou seja era o momento exato para o casamento. Casei-me! Era o que tinha que fazer, diante de conta tão alta (e isso porque ele, generosamente, não lançou os 10% da garçonete, minha sogra).
3-Garantia de continuidade
Dizem que alguns casamentos são para toda a vida. O meu é! Isso porque, quando casei, pedi ao sogrão um documento de quitação da dívida. Muito vivo, ele respondeu:
"Nada disso! É minha garantia de que você não irá devolvê-la." E guardou o calhamaço. Compreendi direitinho o recado: "se não quiser pagar a conta, terá que ficar casado com ela a vida toda. É sem direito de devolução!"
Entenderam? É isso! A receita corretinha para um casamento perfeito, até que a morte os separe.
Abração,
JF
(NESO - 22/12/2008)
A continuação:
Eu ainda completaria minha receita dizendo que é a "receita do casamento eterno". Por que?
Já pensaram no dia em que eu passar "para o lado de lá"?
Vou chegar ao balcão da Recepção:
"Bom dia, São Pedro. Posso ficar por aqui?"
E ele:
“Você não é o Zeca, casado com a Nina?”
“Sou!”
“Ah, meu filho. Então você já tem um lugarzinho garantido. Só que tem alguém querendo falar com você."
Olho para o fundo da sala e vejo ele lá. De camisolão branco, um par de asas nas costas, uma auréola de luz iluminando sua calva, e, nas mãos, um calhamaço de papéis já bem amarelados pelo tempo. Isso mesmo! O sogrão! Ele nem precisa falar, pois o sorrisinho maroto já o diz:
"Continua casado ou paga a conta!"
E, assim, o casamento permanecerá eterno.
(www.blogdojf.blogspot.com - 24-04-2009)

sábado, abril 11, 2015

ADEUS, AMIGÃO!


Sexta feira, onze e meia da noite, depois de um dia cansativo na expo-Orquídeas de Vinhedo e já me preparando para mais cansaço no dia seguinte, fui deitar. Do lado de fora do quarto, Eddie Wood (Ed para os íntimos) me esperava. Entrei e ele entrou atrás, bem fraco, quase cambaleante, e foi para sua caminha. Não teve força suficiente para se deitar e precisei ajudá-lo. Como de costume, fiz festa em sua cabeça e ele me olhou com o resto de visão que ainda possuía, como que me desejando, também, uma boa noite. Deitei-me e dormi. Hoje, pela manhã, a Nina veio me contar que o Ed havia morrido durante a noite, dormindo. Fui ver. Ele ainda estava deitado em sua caminha, na mesma posição em que eu o ajudara a ficar. Obrigado, amigão, por todas as alegrias que você nos proporcionou ao longo de seus pouco mais de treze anos conosco. Você vai nos fazer muita falta.

quinta-feira, janeiro 22, 2015

VOLTA, MEU AMOR! Ou: MARIDO SOZINHO DURANTE A VIAGEM DA ESPOSA

É difícil! Minha mulher foi a São Paulo visitar os filhos. Foi, não! Eu precisei levar, afinal, quem pode recusar a um pedido assim:
“Você não vai me levar? E se eu precisar parar prá ir ao banheiro?”
É verdade! Uma hora e quinze de viagem é muita coisa. E lá fui eu.
Antes, quando ela viajava, a caseira preparava minhas refeições. Agora, sem a caseira, tudo ficou muito, mas muito mesmo, mais difícil. Só que a Nina é prática. Assim, já deixa todas as minhas refeições prontas, na geladeira, e as instruções de preparo. Quanto às refeições da bicharada, nada demais. Tem ração para todos.
E, assim, iniciei meu período sozinho, ao voltar de São Paulo, na terça à tarde. Ao entrar na cozinha, um lindo abacaxi me olhava, de seu posto na fruteira. Oba! Suco de abacaxi natural! Tão fácil de fazer quanto o suco de abacaxi de caixinha vindo do supermercado.
Peguei o abacaxi e... Como é que se tira a casca desse negócio? É como uma banana? Ou descascando como uma laranja? Uma faquinha deve resolver. Não resolveu nem para tirar a coroa. Resolvi serrar e peguei a faca de pão. Também não deu certo. Uma faca grande acabou dando conta do recado, embora eu esteja desconfiado que ela cortou demais, pois só sobrou menos da metade do abacaxi. Ô fruta complicada! Abacaxi é um abacaxi!

A operação seguinte deverá ser mais fácil, imaginei eu, enquanto pegava o processador. Ajeitei o menos de meio abacaxi dentro dele, praticamente inteiro, da forma como sobrou, coloquei a água, e foi um custo fazê-lo funcionar, já que eu desconhecia o fato de que, sem tampa, ele não liga. Não deu muito certo e resolvei partir para o liquidificador. Só que, desta vez, resolvi que deveria picar o abacaxi que saíra inteirinho do processador, nadando na água. Coloquei o abacaxi picado, coloquei açúcar, enchi o copo com água e liguei. Vocês nem imaginam como ficou a cozinha. Eu esqueci de tampar o copo e voou água para tudo quanto era lado, principalmente para o meu lado. Fiquei todo molhado! Assim já era demais. Abandonei o abacaxi e tomei água pura, mesmo.

Mais tarde, chegou a hora do jantar. Lógico que a primeira coisa foi o jantar do cachorro e dos dois gatos, mas isso é fácil. É só pegar ração e colocar em seus pratos. Felizmente, o Jiló não come nada e, assim, não dá trabalho. Para quem não sabe, Jiló é meu sapo de estimação. É um enorme sapo esculpido em madeira, uns 5 quilos de sapo, sempre em sua posição de segurar a porta do quarto para que o vento não a bata. Dizem que sapo de madeira não come. E é verdade. Só que desconfio que Jiló é, na verdade, um príncipe que foi encantado por uma bruxa e está à espera de que uma princesa venha beijá-lo, para que ele possa retornar ao seu estado inicial de príncipe e possa cavalgar, com sua nova amada, até sua terra. O problema é que, hoje em dia, príncipes cavaleiros não estão com nada. As amadas, agora, só querem saber de jogadores de futebol que rodam por aí não montados em cavalos mas em possantes carros esportivos vermelhos, de preferência Ferrari ou Lamborghini. Mudaram os tempos, mudaram os costumes, e vamos ao que interessa: o meu jantar.
A Nina deixou por escrito: “1-pegue a sopa que está na geladeira; 2-Coloque para esquentar por doze minutos no microondas; 3-Não esqueça de ligar o microondas; 4-Retire do microondas com muito cuidado para não se queimar.” Preparei a mesa direitinho e fui seguir as recomendações dela. Gentes, como é que eu iria ligar o microondas por doze minutos se não encontro os bicos de gás? Eles embutem de tal forma que você não sabe onde estão e como acender. Foi aí que eu, lá, abestalhado, com a caixa de fósforos na mão, resolvi: “vai fria mesmo!” Puurrrrrrr! Sopa gelada é horrível! O jeito foi comer umas esfihas! Lá no Habib’s!
Hoje, pela manhã, fui preparar meu café. Pensei em fazer uma vitamina, mas como é que a gente pode preparar uma vitamina com dois gatos e um cachorro trançando pelo meio das pernas da gente? Ainda bem que o sapo Jiló fica tranqüilo, em seu lugar, junto à porta do quarto, enquanto espera por sua futura amada, o que me faz de ter que “engolir sapos”. Depois de alimentar a bicharada, comi umas fatias de bolo que a Nina já havia até deixado cortadas. Ela pensa em tudo! Mas, a bicharada não se contenta só com ração, Eles também tomam seu leitinho. Esquentar o leite? Aí já é demais! Se eu tive que tentar encarar sopa fria, eles que tomem leite gelado.
E chegou a hora do almoço, com mais instruções escritas deixadas pela Nina... Deixei tudo de lado e, depois de dar ração aos bichos, menos ao Jiló, que ele não come, fiz pipocas. É a única coisa que eu sei fazer, embora não no microondas. Sei lá como é que se liga o gás daquilo! À noite, depois de alimentar a bicharada, menos o Jiló, irei ignorar por completo as instruções da Nina e irei saborear um Big Mac, lá no McDonald’s.
Felizmente, amanhã cedo ela já estará de volta e poderá preparar um almocinho bem maneiro para o seu amorzinho... Se bem que não sei se ela vai gostar de encontrar a pia abarrotada de coisas para lavar, a cozinha toda suja... Estou achando que ela vai me deixar de castigo, sem almoço. Oh, vida!!!
            _               _               _               _               _               _
Feliz 2015, pessoal. Um abração para todos e até à próxima
JF

terça-feira, abril 29, 2014

TORMENTO NA TORMENTA

Alô, amigos.

Mês de abril terminando. Muito trabalho com nossa exposição de orquídeas. Sucesso total! Depois posto fotos e falo um pouco sobre ela. No momento, estou totalmente entregue às declarações de imposto de renda de clientes. Véspera do prazo final e ainda uma porção delas para serem concluídas. Naturalmente, dos clientes que deixam para a última hora (e sempre faltando documentos), apesar de serem avisados desde o início de março. Sempre os mesmos!

Assim, nada mais justo que um momento de descanso.

Gentes, agora estou escrevendo para a Revista Plural, da minha amiga muito querida, a Lunna Guedes.

A Revista Plural, que já está em seu nono volume e é trimestral, em março, publicou minha primeira crônica para a revista, "Tormento na tormenta", lá na "Coluna do JF". "Muito chique", como se diria antigamente.

Mas, a Revista Plural não tem apenas o JF. Muita gente boa escreve na revista. Vale a pena ir ver! E ler! O endereço, onde podem ser lidas todas as revistas editadas até agora é www.pluralrevista.blogspot.com.br

Eis o texto publicado *
              _               _               _               _               _               _

Mês de novembro último. João passou o final de semana em São Bernardo do Campo-SP. No domingo, pela manhã, quebraram-se seus óculos de tal forma que não havia fita adesiva alguma que servisse para algum conserto de emergência.

Às seis da tarde, míope feito um gambá bêbado, se é que gambá bebe e consegue ver alguma coisa nessa situação, saiu rumo à  sua casa, esperando fazer todo o trecho de volta ainda de dia, o que lhe facilitaria muito as coisas, desde que nenhum policial rodoviário o parasse e constatasse a sua obrigação de dirigir com os olhos devidamente cobertos por lentes corretivas.  Afinal...  Só uns 160 km. 

Já na Via Anchieta, pegou a direção Litoral, para alcançar o Rodoanel e, daí, seguir até à Via Bandeirantes e Itatiba, sua cidade. 

Só que, nessa estrada, foi recebido por uma forte neblina, daquelas tão fortes e pesadas que um pouquinho mais e ela se tornaria sólida. Mas, como quem sai na chuva é para se molhar, quem sai na cerração é para não enxergar o caminho de casa. Foi o que aconteceu com João,  que passou direto pela entrada do Rodoanel sem perceber nada. Só foi desconfiar de algo errado mais para frente. Ou ele havia passado a entrada. Ou haviam mudado a entrada do Rodoanel de lugar. E foi assim que, ao chegar em Riacho Grande (beira da represa), conseguiu fazer o retorno e voltar para trás. A muito custo conseguiu encontrar a entrada do Rodoanel e ir pelo caminho certo. Aí, já no bom caminho, desapareceu a cerração. Oba! Hora de recuperar o tempo perdido.

Ficou só na vontade, pois desabou aquela chuva torrencial que o obrigou a reduzir em muito a velocidade do carro. Mesmo assim, tocou em frente pois sabia que uma parte da volta, obrigatoriamente, já seria no escuro. E a chuva continuava, sempre torrencial, por todo o trecho de Rodoanel e, depois, na Via Bandeirantes. Sem trégua! Ora, se sem óculos enxergava mal, imaginem com chuva forte. E chegou a noite, quando todos os gatos são pardos, que as luzes dos faróis brilham no asfalto molhado feito pote de bolinhas de gude que se quebra esparramando seu conteúdo para tudo quanto é lado, inclusive lado de cima, de baixo, num maravilhoso ofuscamento que só um míope pode imaginar e que o deixa totalmente desorientado. Mas, tinha que voltar para casa. Gentes, garanto para vocês, ele passou a dirigir pelo olfato. Só pode ter sido isso, pois, finalmente, chegou à estrada que liga Jundiaí a Itatiba. Restavam pouco mais de 20 Km para chegar. 

A chuva diminuíra a intensidade, mas continuava. Naturalmente, como Lua não gosta de chuva, não havia nenhum luarzinho mixuruca para ajudá-lo. O problema, entretanto, é que esse trecho está em obras de duplicação. Assim, é um tal de rodar uns quinhentos metros e um desvio jogá-lo para a outra pista, e depois voltar à pista inicial, para depois retornar à outra pista, e assim por diante, de deixar marujo acostumado com mar bravo bem enjoado. E tinha, no asfalto molhado, o reflexo dos faróis dos carros em sentido contrário... E parece que o estado de São Paulo inteiro resolveu passar por ali, no sentido contrário, para dificultar ao máximo qualquer possível indício de visão... Só pode ter sido mesmo o olfato que funcionou. Acho! 

Mas, e a fila atrás de João, então! Provavelmente, nessas alturas, a longa e lenta fila já devia estar por Curitiba, imagino. Quando dava, João ia bem para à direita, na esperança de que alguém o passasse e, aí sim, conseguisse seguir as luzes vermelhas, mesmo que não muito nítidas, do carro à frente. Isso o ajudaria muito. 

Gentes, estava tudo mesmo muito ruim. Chuva, escuridão, reflexos no asfalto molhado, desvios de uma pista para a outra, faróis em sentido contrário... Por mais que diminuísse a velocidade e encostasse para a direita, ninguém ousava passar à sua frente. Todo mundo o seguia, de forma educada e obediente, certos de que ele estava vendo por onde andava e ciente das  dificuldades do caminho. Até chegar em Itatiba. Aí, todo mundo tomou seu rumo e ninguém foi atrás, entrando dentro de seu sítio. Também, era só o que faltava!

A dedução do João é que todos aqueles motoristas, no domingo de manhã, haviam quebrado seus óculos e estavam sem enxergar nada, também. Só podia ser isso! Em todos os casos, fica comprovado o ditado que diz “em terra de cego, quem tem um olho é rei. E quem não tem nenhum é guia de caravana.” E, na segunda feira, mandei fazer novos óculos. Opa! Eu, não. O João, oras!


* texto escrito e publicado originalmente na Revista Plural - edição cafeína na veia/março 2014 que pode ser lida em www.pluralrevista.blogspot.com 

Abração a todos e até à próxima.

JF

quinta-feira, abril 10, 2014

EXPOSIÇÃO NACIONAL DE ORQUÍDEAS DE VINHEDO-SP


Oi, pessoal.

E chegou a exposição anual de orquídeas do Clube Amigos da Orquídea-Viva, de Vinhedo-SP. De 11 a 13 de abril. Serão 1.300 plantas floridas expostas, de colecionadores de mais de 30 cidades. Além da exposição, presença de seis produtores vendendo as orquídeas mais variadas (é proibida a venda de plantas coletadas em seus habitats). Também vendedores de insumos e de livros e revistas especializadas. Aulas básicas sobre cultivo.

Vinhedo fica na altura do Km 75 da Via Anhanguera, entre Jundiaí e Campinas. Entrando na via de acesso à cidade, ainda antes do Portal, vocês verão, à direita, o Parque Municipal. É aí. Estacionamento dentro do parque.

Estarei lá, nos três dias, aguardando a visita de todos vocês.

Abração,
JF

quinta-feira, fevereiro 27, 2014

QUARTA FEIRA DE CINZAS... E ELA SE FOI


Minha mãe foi uma mulher de verdade, tanto que seu nome era Amélia. Nunca foi daquelas mães melosas, mas me amava muito. De temperamento forte, brava nas horas certas, justa sempre, sabia ser alegre com todos. 

A minha Nina era tão amada por ela que várias vezes chegou a me dizer: “se um dia vocês se separarem, quem vem morar comigo é ela!”. Lógico que era brincadeira, mas não deixava de ser, também, uma advertência.

Minha mãe, nascida lá na São Carlos/SP de 1917, gostava de animais. Todos os animais. Protegia qualquer tipo de animal: aranhas, sapos, cachorros, gatos, galinhas, pássaros, tatus, todos. E tinha uma ligação tão grande com eles que chegava ao lado das colméias sem que as abelhas lhe fizessem qualquer coisa. Quando os netos estavam no sítio, à noite, ela saia para o gramado da frente da casa e abria os braços. Pouco depois, algum vagalume vinha e pousava em uma das mãos espalmadas. Ela, então, o levava para dentro e mostrava aos netos. Satisfeitas as curiosidades, ela o levava para fora e o soltava.

Quando ia do sítio, em Itatiba, para o apartamento de São Paulo, ela levava a bicharada junto: a cachorrinha Cherry, as ninhadas de pintinhos que ela achava pelo sítio (para ela, as galinhas tinham de viver soltas e não no galinheiro), o pássaro preto, que, apesar de viver solto, não se afastava e viajava para São Paulo no ombro dela, e mais algum outro que, eventualmente, aparecesse por ali. Depois, trazia todos de volta.

Certa vez, a Nina contou para ela que uma mulher havia me paquerado no hipermercado. A partir disso, cada vez que estava em São Paulo e sabia que íamos fazer a “compra do mês”, ela se oferecia para ir junto, pois precisava comprar alguma coisinha. Nina e eu sempre fomos muito metódicos nessas compras. Cada qual pegava um carrinho e partia para a compra dos produtos em que era especializado. Assim, nos afastávamos um do outro mas as compras eram feitas mais rapidamente e de forma bastante eficiente. Minha mãe ficava sempre comigo. Não dava palpites nas minhas escolhas e acabava não comprando nada pra ela. Mas, ficava atenta tomando conta do filhinho para a norinha.

Desde muito cedo me incentivou o amor pelas plantas. Lembro-me, ainda muito criança, plantando mudinhas de plantas em latinhas vazias, sempre com o apoio dela.

Minha mãe tinha um gênio forte. E ai de quem fizesse alguma coisa que ela julgasse errada. Esse alguém sofreria. E como era mandona! Mas, nunca se meteu na vida dos filhos casados, da nora, do genro. Às vezes, entre ela, mandona, e meu pai, teimoso, saiam algumas discussões homéricas. Porém, pouco depois, lá estavam os dois sentados assistindo TV, lado a lado e de mãos dadas.  

Minha mãe era muito alegre e gostava de estar no meio de pessoas. Minhas irmãs e eu, na época de solteiros, gostávamos de reunir amigos, em casa. Além de nunca reclamar e de, sempre, ajudar a preparar as coisas, ela amava ficar conversando com todos. E, depois de casados, as churrascadas aqui no sítio, tanto as organizadas por nós como as de minha irmã e meu cunhado, sempre tiveram o total apoio e colaboração dela. E sempre contaram com sua presença em meio aos convidados.

No dia 20 de fevereiro de 2007, uma terça feira de carnaval, meu sobrinho promoveu um churrasco para os amigos, aqui no sítio. Para alegria dela, que passou o dia no meio da garotada conversando com todos. Apesar das diferenças de idades, ela iria completar os 90 anos em um mês, sabia ter conversa agradável e todos gostavam de tê-la em seu meio. Pode-se dizer que era presença obrigatória. Foi um dia perfeito, bastante alegre. Já na madrugada do dia 21, ela acordou com sua costumeira falta de ar causada pela bronquite e levantou-se para preparar uma inalação, como sempre fazia. Ao sair do quarto, apagou. Foi-se embora na quarta feira de cinzas...

Mãe, eu ainda a amo e continuarei amando sempre. Um dia nos reencontraremos.
               -                    -                    =                    -                   -
      
15ª. Exposição Nacional de Orquídeas de Vinhedo-SP

Oi, pessoal. Passado um ano, chegamos à nossa exposição de orquídeas de 2014. Aí vão os dados.

Entidade promotora – Clube Amigos da Orquídea-CAO Viva – Vinhedo-SP

Apoio – Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil-CAOB e Prefeitura do Município de Vinhedo

Datas 11 a 13 de abril de 2014 – entrada franca

Local Parque Municipal Jayme Ferragut (parque da Festa da Uva), bem na entrada da cidade de Vinhedo, para quem vem pela Via Anhanguera (altura do Km 75). Estacionamento gratuito dentro do Parque.

Horários
Dia 11
   Entrega das plantas – das 7 às 13 hs
   Julgamento – das 13,30 às 18 hs
   Inauguração solene – 20hs
   Abertura ao público – das 9 às 18 horas (exclusivamente no setor de vendas)
Dia 12
   Aberta ao público - das 9 às 18 hs
   Palestras sobre cultivo - às 10 e às 15 hs
Dia 13
   Aberta ao público - das 9 às 17 hs
   Palestra sobre cultivo - 10 hs
   Premiação aos vencedores - 15 horas
   Encerramento - 17 horas

São aguardadas mais de 30 associações amadoras expondo cerca de 1.300 plantas selecionadas de colecionadores. Para o setor de vendas, foram convidados 6 orquidários profissionais, além de vendedores de insumos para o cultivo, de livros e revistas especializados, de camisetas alusivas. Estarão à venda milhares de plantas de inúmeras espécies e variedades diferentes.

Todos são convidados. Estarei lá durante os três dias, aguardando por todos vocês.
               -               -               -               -               -               -
A foto de minha mãe junto às suas azaleias foi feita pela minha amiga Apolonia Grade, de Alta Floresta-MT, quando nos visitou, em junho de 2005.

Abração a todos e até à próxima postagem.

JF